SAÚDE

Homens morrem mais cedo, mas mulheres vivem pior, diz estudo da The Lancet

"Não se trata apenas do corpo biológico em que você nasce. É a experiência de gênero do ambiente em que se vive que contribui para essas diferenças”, afirma professora

Médico.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Pesquisa publicada na revista científica The Lancet Public Health analisou dados sobre as 20 principais doenças causadoras de morte em todo mundo. O resultado, definido a grosso modo, afirma que os homens vivem menos tempo, mas as mulheres, por outro lado, sofrem mais.

O levantamento diz, em outras palavras, que mulheres tendem a sofrer com mais frequência com dor lombar, depressão e dores de cabeça. Já os homens se envolvem mais em acidentes de trânsito e doenças cardiovasculares e, nos últimos anos, de Covid, o que leva com mais frequência à morte prematura.

Luisa Sorio Flor, uma das autoras do estudo, afirmou à DW que "ao longo de suas vidas, as mulheres passarão mais tempo com a saúde debilitada, enquanto os homens sofrem de doenças que os matarão mais cedo".

"Não se trata apenas do corpo biológico em que você nasce. É a experiência de gênero do ambiente em que se vive que contribui para essas diferenças", disse também à DW Sarah Hawkes, professora de saúde pública global na University College London. Ela não participou do estudo.

Necessidades diferentes

"Sabemos que há um preconceito nos sistemas de saúde, que diagnosticam mais facilmente as mulheres com transtornos mentais", diz ainda Sorio Flor.

Há uma farta literatura médica sobre as diferenças de tratamento entre sexo e gênero. Há, segundo os pesquisadores, a necessidade urgente de coletar dados melhores. Segundo Sorio Flor, "as necessidades de saúde de homens e mulheres são simplesmente diferentes. Nossos resultados são bastante claros", concluiu.