ELEIÇÕES 2024

Pressionado para escolher vice, Ricardo Nunes rasga elogios a coronel indicado por Bolsonaro

Prefeito de São Paulo tem repetido que a definição do nome não é prioridade e que o anúncio deve ficar para o fim de julho

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo.Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a negar nesta segunda-feira (10) ter pressa em definir o nome de quem será o seu vice na chapa que tentará a reeleição em outubro. No entanto, Nunes não economizou elogios ao falar do coronel Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota e ex-diretor-presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o posto.

"A gente tem do PL o coronel Mello Araújo, que realmente fez um trabalho muito importante quando presidiu o Ceagesp. Ali, como todo mundo sabe, era um grande antro de corrupção e ele foi muito persistente e conseguiu acabar com aquela corrupção, o que é um mérito que a gente tem que reconhecer", disse o prefeito em defesa do preferido de Bolsonaro e, também, do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Mesmo reforçando que o nome do ex-comandante da Rota é apenas mais um na lista com mais de uma dezena de pretendentes ao posto, Nunes não esconde a força do partido que tem como presidente de honra o ex-presidente Bolsonaro.

O prefeito paulistano já havia afirmado, na última sexta-feira (7), que a tendência é que o PL de Bolsonaro e de Valdemar da Costa Neto tenha a prerrogativa da escolha do nome do candidato a vice-prefeito ao seu lado no primeiro turno das eleições municipais, marcado para o dia 6 de outubro.

"Obviamente, o PL, pelo seu tamanho, pela sua importância, tem um peso maior. Isso é natural em qualquer processo. E o Valdemar tem conseguido, junto com os outros partidos, com os partidos que integram essa frente ampla, a percepção e a compreensão de que o PL tem essa prerrogativa maior. Se você conversar com o Solidariedade, ele vai dizer isso pra você, com o PSD, com uma participação muito ativa no governo", explicou o prefeito, reforçando que o PL é partido da base aliada da sua gestão desde 2020.

A pressão sobre Nunes e o seu comando de campanha para a escolha do nome que formará a chapa têm sido maior desde que o coach e influenciador digital Pablo Marçal anunciou a sua pré-candidatura, figurando com 7% das intenções de voto entre os eleitores paulistanos, segundo aponta a última pesquisa do Instituto DataFolha.

O bolsonarista Pablo Marçal rouba votos de Nunes e, no caso da definição em torno do nome do ex-coronel da Rota, Nunes garantiria de vez o apoio enfático e a presença no seu palanque de Jair Bolsonaro.

*Júlio Costa Barros é jornalista.