RACHA NO BOLSONARISMO

Carlos Bolsonaro enquadra "Dellagnol e Sergio Fofoca" e mira Tarcísio em levante contra "direita limpinha"

Em meio à troca de afagos do governador paulista com setores da "terceira via", Bolsonaro radicaliza agenda e manda recados a aliados que aderiram à "direita limpinha".

Carlos e Jair Bolsonaro e o governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas.Créditos: Flickr Bolsonaro / Francisco Cepeda Governo SP
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Em meio a troca de afagos do governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), com setores da "terceira via", representantes do núcleo duro de Jair Bolsonaro (PL) tem disparado ameaças e recados nas redes sociais à "direita limpinha" que, segundo eles, trabalham para se estruturar um "bolsonarismo sem Bolsonaro".

As publicações nas redes sociais com recados a pretensos aliados acontecem enquanto Jair Bolsonaro realiza um périplo para "doutrinar" candidatos às eleições municipais de outubro: só terão apoio do ex-presidente aqueles que aderirem à agenda da extrema direita.

Em tour nos últimos dias pelo interior de São Paulo, sob a justificativa de coletar doações para a tragédia no Rio Grande do Sul, Bolsonaro traçou as diretrizes e apresentou a cartilha extremista aos candidatos que pedem seu apoio.

O recado está sendo dado principalmente ao que classificam como "direita limplinha", formada por setores da centro-direita que estiveram no seu ex-governo e, em seguida, aderiram à frente amplíssima nas eleições 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Lula.

Neste domingo (9), Carlos Bolsonaro (PL-RJ) mirou o lavajatismo, que pegou carona no levante fascista em 2018, mas que sonha em se tornar a "terceira via" do sistema financeiro e da Globo.

"Tem muito malandro por aí dando uma de Dellagnol e Sérgio Fofoca vestindo a camisa do bozo quando lhes convém", disparou o vereador, filho "02" de Bolsonaro, mirando a "direita sensata". "Basta olhar a petulância, empáfia e a ingratidão que são identificados rapidamente", emendou.

Em outra publicação, fixada no topo de seu perfil no X, Carlos compartilhou uma publicação que cita artigo na Folha de S.Paulo que diz que "Bolsonarismo não depende da liderança de Bolsonaro", da cientista política Camila Rocha.

"Existe papel higiênico sem folha de São Paulo? Não! Mas não recomendaria! Todo o sistema trabalhando contra a direita e tentando inventar um movimento permitido pela organização, como a 'direita sensata'! Essa raça é pior que oxiúros", surtou Carlos, mirando o movimento liderado em boa parte pela mídia liberal.

Ex-Secom e advogado de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten foi na mesma linha, dizendo que a "direita limpinha e oportunistas de ocasião terão que dar cavalo de pau, questão de semanas".

O recado mira, principalmente, os candidatos às eleições de 2024 e o governador paulista.

No sábado (8), no Guarujá, Tarcísio fez questão de dizer que "sou bolsonarista e vou continuar sendo bolsonaristas".

A declaração aconteceu em meio às críticas crescentes da aproximação com a "direita limpinha" - em especial com setores da Globo - e dois dias após o governador ter "agradecido" à ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) antes de aderir ao fascismo bolsonarista.