Viralizaram nesta quinta-feira (6) nas redes sociais imagens em que um homem adulto, trajando calça jeans azul, camisa polo verde oliva e um penteado que remete ao seriado Vikings, da Netflix, aparece arrancando cartazes colocados por alunos da rede estadual do Paraná nos muros do Colégio Ébano Pereira, em Cascavel.
Em silêncio e com postura ameaçadora, ele arranca cada um dos cartazes que protestavam contra a privatização da gestão do ensino público e os jogou lixo. Um dos estudantes que filmou a cena brincou: “E alguém vai falar um ‘a’?”
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As imagens foram obtidas pelo jornalista Eduardo Matysiak, que fez a denúncia em suas redes sociais e já obteve mais de 200 mil visualizações. Foi o profissional quem descobriu a identidade do valentão.
Trata-se de Fabiano Mikus, morador da mesma cidade de Cascavel. Nas redes sociais, que acabaram de ser fechadas, costuma fazer postagens de cunho bolsonarista, posar com bandeiras alternativas da maçonaria e mostrar sua rotina de halterofilista.
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Além disso, ele também trabalhava no Complexo Hospitalar Uopeccan, na cidade. Motivada pelos boatos de que Mikus fazia parte dos seus quadros espalhados após a viralização das imagens, a instituição emitiu uma nota afirmando que ele estava desligado desde o último mês de fevereiro.
“O Complexo Hospitalar Uopeccan informa que o profissional envolvido no caso do Colégio Estadual Eleodoro Ébano Pereira não faz parte do time de colaboradores do hospital desde o mês de fevereiro de 2024. Sendo assim, a Uopeccan não possui qualquer envolvimento com o fato ocorrido na manhã desta quinta-feira”, diz a nota pública da instituição.
O APP-Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Paraná soltou uma nota de repúdio sobre o episódio em que apontou que o ato configura uma violação dos direitos dos jovens e adolescentes, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Lei do Grêmio Livre (Lei 7.398/85).
“Os cartazes representavam um exercício legítimo de expressão e participação cidadã dos estudantes, que têm o direito de se manifestar e defender uma educação pública de qualidade, conforme preconiza o ECA. O projeto ‘Parceiro da Escola’, aprovado pela Assembleia Estadual do Paraná, transfere a administração das escolas públicas para a iniciativa privada, priorizando lucros empresariais em detrimento do direito à educação. A tentativa de silenciamento dos estudantes não apenas desrespeita a liberdade de expressão, mas também afronta o direito à participação democrática no ambiente escolar. Os jovens têm o direito de se organizar, debater e expressar suas opiniões sobre políticas educacionais que os afetam diretamente”, diz trecho da nota.