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Carla Zambelli se desespera, 'chora' para Elon Musk e é ignorada: "Você parou de tuitar"

Deputada federal acredita que o bilionário pode livrá-la do processo em que se tornou ré no STF

A deputada federal Carla Zambelli.Créditos: Raul Luciano/Ato Press/Folhapress
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) vem perdendo o sono diante do fato de ter se tornado ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Na madrugada desta sexta-feira (24), a parlamentar bolsonarista fez um apelo desesperado para que o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), influencie em seu caso. 

Em resposta a uma publicação de Musk no X que não tem qualquer relação com o Brasil, Zambelli disse que "todos os processos", em provável referência ao seu caso, "recomeçaram" pelo fato do bilionário ter "parado de tuitar" sobre o país. No início de abril, Elon Musk se aliou a bolsonaristas e passou a atacar e desafiar o judiciário brasileiro, mas já não toca mais no assunto há algumas semanas. 

Em inglês, Carla Zambelli pediu ajuda ao empresário. 

"Elon Musk, por favor, olhe novamente para o Brasil. Você iniciou uma revolução contra o mal no Brasil, mas depois que parou de twittar, todos os processos recomeçaram. Anteontem eu tive um revés pela segunda vez, por pura perseguição. Parece que estamos vivendo no inferno. Ajude-nos!".

Até o momento da publicação desta matéria, Elon Musk não havia respondido ao apelo de Zambelli. 

Carla Zambelli ré 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade, na última terça-feira (21), aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornar réus a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Walter Delgatti Neto, o “Hacker de Araraquara”, pela invasão dos sistemas digitais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A dupla vai responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

A PGR já tinha oferecido a denúncia no último dia 23 de abril, apoiada pela investigação da Polícia Federal. Na denúncia, Delgatti é apontado como o executor das invasões de sistemas digitais e inserções de documentos falsos. Ele afirmou em depoimento ter sido contratado por Zambelli, que é tratada como a mentora e mandante do delito.

Em 4 de janeiro de 2023, Delgatti teria entrado no sistema do CNJ a mando de Zambelli para inserir documentos e informações falsas. Entre as últimas revelações do episódio, foi inserido um alvará de soltura falsificado de Sandro Louco, líder do Comando Vermelho condenado a 200 anos de prisão pelos crimes de falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado e porte de arma de fogo.

A ideia seria colocar a soltura do criminoso na conta do ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos bolsonaristas e seus planos golpistas no Judiciário. Além disso, Zambelli tinha a intenção de adicionar ao sistema um mandado de prisão falso contra Moraes, com uma assinatura falsificada no nome do magistrado.

O mandado de prisão foi enviado do computador de Delgatti para Zambelli, que abriu o documento. Ambos também trocaram outro arquivo, que teria uma outra falsa ordem de quebra sigilo bancário contra Moraes, segundo a PGR. Eles agora respondem pelos crimes.