MINISTÉRIO DOS POVOS INDÍGENAS

VÍDEO – Sonia Guajajara publica histórico pronunciamento na véspera do Dia dos Povos Indígenas

A ministra lembrou que os territórios indígenas preservam 80% de toda a biodiversidade do planeta e são as áreas onde ocorre a menor taxa de desmatamento; “Vamos construir o bem-viver para todos nós”

Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.Créditos: Beatriz Ataidio/ Mídia NINJA
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Nesta quinta-feira (18), véspera do Dia dos Povos Indígenas, o Ministério dos Povos Indígenas divulgou para os meios de comunicação um vídeo do histórico pronunciamento da ministra Sonia Guajajara acerca da data. A chefe do primeiro ministério dedicado aos povos originários do Brasil em 500 anos convocou a população brasileira a comemorar a efeméride e fez um discurso em que valorizou as culturas indígenas, a presença dos povos na sociedade e a importância da sua luta contra a crise climática.

“Boa noite! Amanhã, 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, é o momento de celebrarmos a riqueza cultural dos 305 povos povos indígenas que vivem neste nosso Brasil e que fazem parte de um grande mosaico de tradições e histórias de resistência do nosso país. Vivemos em florestas, alguns de nós em áreas isoladas, mas estamos também nas cidades. Somos médicos, educadores, advogados, cientistas sociais, prefeitos, vereadores e deputados", declarou Sonia Guajajara.

A seguir, a ministra lembrou que os territórios indígenas preservam 80% de toda a biodiversidade do planeta e são as áreas onde ocorre a menor taxa de desmatamento não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

"Habitamos todos os biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampas e Caatinga. E o mais importante: cuidados da conservação de cada um desses biomas. Sem o nosso cuidado com o meio ambiente a crise climática se agravaria provocando secas, inundações, ciclones e outros eventos ainda mais severos em todo o país. A luta contra o garimpo, a extração ilegal de madeira, a grilagem de terras e outras atividades criminosas em territórios indígenas não é uma luta apenas dos povos originários, mas de cada brasileiro", afirmou.

Essa última relatada serviu como gancho para a ministra falar sobre a situação do povo Yanomami, que logo da chegada do Governo Lula se encontrava em situação de extermínio por conta das atividades criminosas de garimpeiros nas suas terras. Sonia Guajajara então elencou algumas das medias tomaras pelo governo para reverter a situação.

“O governo reagiu prontamente atuando em duas frentes. Realizamos ações emergenciais e instalamos a Casa de Governo em Boa Vista (RR), para promover a saúde e a dignidade do povo Yanomami. Ao mesmo tempo atuamos de forma enérgica contra os criminosos que destruíram suas florestas, contaminaram os rios com mercúrio, mataram os peixes e levaram doenças e fome aos nossos parentes. Nossas forças tarefas contra o garimpo destruíram aviões, lanchas, helicópteros, máquinas de dragagem, antenas de internet via satélite e demais equipamentos utilizados pelos criminosos. A mensagem do Governo Lula é clara: tolerância zero com o crime organizado, esteja ele onde estiver", disse Sonia Guajajara.

A ministra anda comemorou a criação do Ministério dos Povos Indígenas, considerado por ela como "um avanço histórico do Governo Lula", mas também lembrou que pela primeira vez indígenas estão à frente da Funai e da Secretaria Especial de Saúde Indígena.

"Retomamos o Conselho Nacional de Polícia Indigenista e, no ano que vem, o Brasil sediará em Belém do Pará a 30ª Conferência Mundial do Clima, a Cop 30 e estamos trabalhando para fazer a maior e melhor participação indígena na história dos acordos ambientais. Queremos mostrar ao mundo que é possível manter a floresta em pé e ao mesmo tempo investir em atividades sustentáveis gerando emprego e renda", declarou.

Por fim, também anunciou que o governo tem como meta zerar o desmatamento da Amazônia e dos demais biomas até 2030 e que para atingir esse objetivo retomou a Política de Demarcação dos Territórios Indígenas.

"O Brasil é um país originalmente indígena. Nossa cultura está na culinária, na língua portuguesa, em festas populares, em nomes de ruas, bairros e cidades pelo país afora. Muitas das novas tecnologias que a humanidade hoje busca para salvar a Terra da emergência climática são, na verdade, parte dos nossos saberes ancestrais. Queremos compartilhar nossos saberes, trocar experiências, para cuidarmos juntos do nosso país e do nosso planeta. Queremos, junto com cada brasileiro e brasileira, construir o bem-viver para todos nós".

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