VIOLÊNCIA DE GÊNERO

VÍDEO: Promotor diz que advogada é “galinha” e faria “striptease”; veja reação

Francisco Santiago, representante do MP-MG, ofendeu a advogada criminalista Sarah Piron durante sessão do TJ e ainda a chamou de "neurótica"

A criminalista Sarah Quinetti reagiu de forma indignada às ofensas.Créditos: Reprodução/Twitter
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Uma cena bizarra e extremamente desrespeitosa foi registrada em plena sessão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). O promotor Francisco Santiago ofendeu a advogada criminalista Sarah Quinetti Pironi, a chamando de “galinha garnizé”.

Além disso, o representante do Ministério Público (MP), não satisfeito, ainda disse que ela faria “striptease” durante a audiência.

Depois das declarações machistas e ofensivas do promotor, a advogada ligou o celular e registrou sua reação indignada.

A criminalista, então, pediu que o promotor repetisse as ofensas, mas ele ignorou e ainda chamou a advogada de “neurótica”. Apesar do momento das primeiras ofensas não ter sido registrado em vídeo, as declarações aparecem na ata da audiência.

O episódio aconteceu em sessão do Tribunal do Júri, em Belo Horizonte, no dia 26 de março. Porém, a coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, teve acesso agora à ata. “Momento em que o IRMP se volta a Dra. Sarah Quinetti e a chama de galinha garnize e faria stripitzer [sic]”, destacou um dos trechos do documento.

Depois da repercussão, os advogados Rodrigo Badaró e Rogério Varela, integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), protocolaram reclamação disciplinar contra Francisco Santiago.

Representação é encaminhada à corregedoria

“Como se vê, ao invés de utilizar suas prerrogativas funcionais e o tempo da acusação para convencer os jurados, o Promotor de Justiça optou voluntariamente por dirigir ofensas à advogada Sarah Quinetti Pironi, que se encontrava no pleno exercício de sua função de previsão constitucional”, apontou a representação, encaminhada à corregedoria do CNMP.

“Em 13 anos de advocacia, nunca tinha passado por isso. Fui desrespeitada e humilhada”, declarou Sarah Quinetti.

O julgamento que estava sendo realizado, que se tratava de um caso de homicídio, acabou adiado.